WEBINAR GEOAFRO IV
O BRASIL AFRICANO E O ESTADO ESCRAVOCRATA
NA DEMOCRACIA INCOMPLETA
* Seminário on-line acontece no dia 24 de novembro de 2020, às 19h,
e será transmitido pela plataforma Google Meet
* Documentário Servidão, sobre escravidão contemporânea, será exibido durante o seminário
* Rafael Sanzio dos Anjos, gestor do Projeto GEOAFRO, desenvolvido na Universidade de Brasília, é o mediador do evento
* Glória Moura, Carlos Moura e Renato Barbieri são os convidados confirmadas
Quem é visível e não visível para o Estado ineficiente? Quem continua sendo escravizado de fato no espaço segregado? O Estado, ao não tratar devidamente a escravidão resistente e institucional, configura-se em uma forma explicita de discriminação no racismo estrutural de cinco séculos. Este é, sem dúvida, um dos principais desafios brasileiros do século XXI. Para discutir esses e outros assuntos de igual relevância e magnitude, o Professor Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, gestor do Projeto GEOAFRO, desenvolvido na UnB, receberá, no Webinar GEOAFRO IV – O Brasil africano e o estado escravocrata na democracia incompleta, a pedagoga Glória Moura, o ex-Presidente da Fundação Palmares Carlos Moura e o cineasta Renato Barbieri. O seminário será transmitido pelo aplicativo de vídeo Google Meet, no dia 24 de novembro, às 19h. O evento é uma realização do Projeto GEOAFRO, com o apoio do Centro de Cartografia Aplicada – GEA – UnB, do Instituto Geodireito, da UnBTV, da Gaya Filmes e do Instituto Baobás.
As inscrições, gratuitas, estão abertas até 23 de novembro, pelo link https://bit.ly/36jaGSv. O código de acesso ao webinar será enviado para o e-mail cadastrado no ato da inscrição. Para participar, é preciso baixar o aplicativo no celular ou tablet. Já para entrar na reunião pelo computador, não é necessário baixar o aplicativo, bastando apenas acessar o link.
Nesta edição uma novidade: o filme Servidão, do cineasta Renato Barbieri, será a diretriz do debate. O filme apresenta, de forma contudente e profunda, a difícil realidade de trabalhadores rurais do Norte e Nordeste do país aliciados para trabalhar em situação análoga à escravidão. A produção ainda não foi lançada comercialmente no Brasil, mas já foi indicada a dez festivais de cinema e televisão ao redor do mundo como a competição de documentários do Rasnov Film and Histories Festival (FFIR 2020), na Romênia; o HI – Harlem International Film Festival 2020, de Nova Iorque; o Festival de Cinema de Caruaru de 2020, em Pernambuco; o Trinidad e Tobago Film Festival de 2020 e para a Mostra Território Brasil do 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
O território visto como uma instância concreta das acumulações desiguais dos distintos tempos é o principal revelador dos espaços visíveis oficialmente: os aceitos e formalizados pelo sistema dominante, e os invisíveis, que correspondem aos territórios usados que não devem ser mostrados na cartografia e na paisagem geográfica oficial, associados a expressões territorializadas pejorativas, como “favelas”, o “povo da periferia”, os “pobres”, os “mocambos”, os “quilombos”, dentre outras. No bojo destes dois brasis – formal/informal ou incluído/excluído – estão as populações e os territórios de matriz africana, secularmente à margem dos projetos do país, com tratamento residual e políticas de invisibilidade, nas quais a inexistência é uma das estratégias mais fundamentadas.
Estas são instâncias concretas no conjunto amplo das contradições, que têm como pano de fundo as referências dos cinco séculos de sistema escravista criminoso, nos quais incluímos os quatro séculos do Brasil Colonial e os 100 anos do século XX do Brasil República de mentalidade escravocrata, ainda não resolvidas no país. A escravidão contemporânea na nação possibilita ver o que muitos não querem enxergar, mesmo usando artifícios como a negação da realidade.
As três edições anteriores do Webinar GEOAFRO ocorram em junho, julho e setembro de 2020. Na primeira, o tema O Brasil africano e a geopolítica do racismo estrutural do estado foi discutido pelo antropólogo e professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e da Universidade de São Paulo (USP) Kabenguele Munanga, e pelo economista e ex-presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP) Erivaldo Oliveira. Os palestrantes apresentaram o tema a uma plateia de cerca de 150 internautas – dentre eles geógrafos, historiadores, jornalistas, arquitetos, professores e estudantes de 18 estados – predominantemente do Distrito Federal, São Paulo e Pará. A íntegra da primeira edição está disponível no link https://youtu.be/MwnI99_sFWs.
Na segunda edição, o assunto O Brasil africano e as bases de dados precárias no estado de mentalidade colonial foi abordado por Roberto Olinto Ramos, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e por Juvenal Araújo, ex-titular da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). O seminário teve 90 inscritos, de 18 estados e do DF, oriundos, predominantemente, do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. A íntegra da segunda edição está disponível no link https://youtu.be/l4rUuGxcERg.
Já a terceira edição – O Brasil africano e a educação básica hostilizada e periférica no estado racista – contou com a participação de Vanda Machado, criadora do Projeto Político Pedagógico Irê Ayó, na Escola Eugenia Anna dos Santos, no Ile Axé Opo Afonjå, de Salvador (BA), e de Auxiliadora Lopes, ex-titular da Coordenação Geral de Diversidade e Inclusão Educacional da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECADI) do Ministério da Educação. O seminário teve 112 inscritos, de 18 estados e do DF, oriundos, predominantemente, do Distrito Federal, Bahia e Santa Catarina. A íntegra da teceira edição está disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=eX8WC55uRu0.
Sobre o mediador – Professor Titular da Universidade de Brasília (UnB) e Diretor do Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica (CIGA), Rafael Sanzio Araújo dos Anjos é Coordenador dos Projetos Geografia Afro-brasileira: Educação & Planejamento do Território (Projeto GEOAFRO) e Instrumentação Geográfica, Educação Espacial e Dinâmica Territorial. Graduado em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (1982), Sanzio tem especialização na Universidade Estadual Paulista (Rio Claro, 1985), Mestrado em Planejamento Urbano pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB (1990), Doutorado em Informações Espaciais no Departamento de Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo (USP) (1995) e Pós-Doutoramento em Cartografia Étnica no Museu Real da África Central em Tervuren (Bélgica, 2007-2008). Entre 2010 e 2011 foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia (Mestrado e Doutorado) e do Centro de Documentação Geográfica Milton Santos (CDGMS) da UnB, entre 2013 e 2014, foi representante titular do Instituto de Ciências Humanas junto ao Conselho da UnB e em 2017-2018 coordenou o projeto do mapeamento dos terreiros do DF. Tem diversos livros e artigos publicados sobre a geografia e a cartografia da diáspora africana e a afro-brasileira.
Sobre os Palestrantes
Maria da Glória Veiga Moura – É graduada em Pedagogia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) (1962), tem mestrado em Educação pela Universidade de Brasília (UnB) (1979) e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) (1997). Atualmente é professora no Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Terras Tradicionais (MESPT) do Centro de Desenvolvimento Social da Universidade de Brasília (CDS/UnB). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação e Cultura Afro Brasileira, atuando principalmente nos temas cultura afro-brasileira, quilombos contemporâneos, educação e cultura afro-brasileira, combate ao racismo e pesquisas. Em 2012 participou da elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola.
Carlos Alves Moura – Presidente da Fundação Cultural Palmares por duas vezes (em 1988 e em 2001), tem larga experiência em cultura afro-brasileira. Formado em Direito, iniciou a vida profissional como advogado de sindicatos e da Federação de Trabalhadores Rurais do Estado do Rio de Janeiro. Em 1963 assessorou a fundação da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG) onde, em 1976, foi Assessor Jurídico da instituição. Neste mesmo ano, mudou-se para Brasília e fundou o Centro de Estudos Afro-brasileiros (CEAB), do qual foi presidente. Foi assessor para assuntos de cultura afro-brasileira do Ministério da Cultura (MinC). Sua atuação no MinC e nos demais órgãos governamentais foi decisiva para a criação da Fundação Cultural Palmares, em 1988, da qual foi o primeiro presidente, voltando ao cargo em 2001. Entre 2003 e 2007 participou do Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgão da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR).
Renato Barbieri – Formado em Psicologia pela PUC/SP (1986), foi professor de Projetos Experimentais: Vídeo e TV do Curso de Jornalismo da PUC/SP (1990/95) e ministrou as matérias Direção e Documentário-I no Curso de Cinema e Mídias Digitais do IESB Brasília (2009/10). Iniciou-se na direção em 1983, na produtora paulista Olhar Eletrônico, onde dirigiu quase duas centenas de matérias especiais para revistas eletrônicas semanais, além de realizar os premiados curtas Do Outro Lado da Sua Casa, Duvideo e Expiação. Posteriormente, dirigiu programas de televisão, como o Jornal de Vanguarda, na Band, e os programas semanais Forum e TV Folha na TV Cultura. Fundou a Gaya Filmes em 1992. O longa As Vidas de Maria marca sua estreia na ficção. Foi idealizador e curador do projeto Teste de Audiência, que já testou mais de 100 filmes brasileiros de longa metragem em um programa inédito de qualificação e aprimoramento do diálogo entre o Cinema Brasileiro e seu público. Através da Gaya Filmes, já desenvolvido produtos audiovisuais em parceria com a HBO América Latina, ONU, UNESCO, UNICEF, PNUD, Banco Mundial, dentre dezenas de outras instituições nacionais e internacionais.
Sobre o filme Servidão
Em 2017, a Gaya Filmes de Brasília reuniu uma equipe de profissionais para produzir um documentário para abordar um tema relevante e delicado: a difícil realidade de trabalhadores rurais aliciados para trabalho análogo à escravidão no Norte e Nordeste do país. A equipe, dirigida pelo cineasta Renato Barbieri, acompanhou as ações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, coordenado pela Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo – DETRAE, do Ministério do Trabalho. O Grupo atendia a chamados de denúncias anônimas para libertar vítimas de condições de trabalho análogas à escravidão. As filmagens ocorreram no Sudeste do Pará e Maranhão.
Ficha técnica:
Produtora: GAYA Filmes
Direção, roteiro e produção: Renato Barbieri
Codireção: Neto Borges
Montagem: Neto Borges
Direção de Fotografia: Reynaldo Zangrandi
Elenco: Negra Li, Marinaldo Soares, Dodô Azevedo, Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, Ana Maria Gonçalves, Binka le Breton, Xavier Plassat, Kailash Satyarthi e outros.
Ano de produção: 2019
Classificação Etária: Livre
Serviço:
Data: 24 de novembro de 2020 (terça-feira)
Horário: 19h
Local: Plataforma Google Meet
Inscrições gratuitas: https://bit.ly/36jaGSv.
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* Seminário on-line acontece no dia 2 de setembro de 2020, às 10h, e será transmitido pela plataforma Google Meet
* Rafael Sanzio dos Anjos, gestor do Projeto GEOAFRO, desenvolvido na Universidade de Brasília, é o mediador do evento
* Vanda Machado e Auxiliadora Lopes são as palestrantes confirmadas
Quem tem lugar assegurado para estudar no Brasil? Quem é visível e não visível na escola? Onde estão os dados dos preconceitos nos livros didáticos? A Educação Oficial do país, ao não tratar devidamente estes pontos, configura-se como uma forma explícita de discriminação no racismo estrutural de cinco séculos e, sem dúvida, um dos principais desafios do século XXI. Para discutir esses e outros assuntos de igual relevância e magnitude, o Professor Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, gestor do Projeto GEOAFRO, desenvolvido na UnB, receberá, no Webinar GEOAFRO III – O Brasil africano e a educação básica hostilizada e periférica no estado racista, Vanda Machado, criadora do Projeto Político Pedagógico Irê Ayó, na Escola Eugenia Anna dos Santos, no Ile Axé OpoAfonjå, de Salvador (BA), e Auxiliadora Lopes, ex-titular da Coordenação Geral de Diversidade e Inclusão Educacional da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECADI) do Ministério da Educação. O seminário será transmitido pelo aplicativo de vídeo Google Meet, no dia 2 de setembro, às 10h. O evento é uma realização do Projeto GEOAFRO, com o apoio do Centro de Cartografia Aplicada – GEA – UnB, do Instituto Geodireito, da UnBTV e do Instituto Baobás.
Aos participantes, as vagas serão gratuitas e limitadas a 250. As inscrições estão abertas até 1º de setembro, pelo link O código de acesso ao webinar será enviado para o e-mail cadastrado no ato da inscrição. Para participar, é preciso baixar o aplicativo no celular ou tablet. Já para entrar na reunião pelo computador, não é necessário baixar o aplicativo, bastando apenas acessar o código.
A terceira edição conta com uma novidade: durante o seminário, será sorteado, entre o público inscrito previamente, até a véspera do evento, um exemplar do Atlas Geográfico ÁfricaBrasil. De autoria de Rafael Sanzio dos Anjos e editado pela Mapas Editora & Consultoria em 2014, a publicação é um instrumento fundamental para a reformulação da mentalidade das sociedades resistentes às mudanças sociais e nas políticas pontuais e superficiais do sistema, sobretudo, para subsidiar a adoção de medidas concretas de alteração do contexto secular de exclusão da população de matriz africana no Brasil.
O território visto como uma instância concreta das acumulações desiguais dos distintos tempos é o principal revelador dos espaços visíveis oficialmente: os aceitos e formalizados pelo sistema dominante, e os invisíveis, que correspondem aos territórios usados que não devem ser mostrados na cartografia e na paisagem geográfica oficial, associados a expressões territorializadas pejorativas, como “favelas”, o “povo da periferia”, os “pobres”, os “mocambos”, os “quilombos”, dentre outras. No bojo destes dois brasis – formal/informal ou incluído/excluído – estão as populações e os territórios de matriz africana, secularmente à margem dos projetos do país, com tratamento residual e políticas de invisibilidade, nas quais a inexistência é uma das estratégias mais fundamentadas.
Estas são instâncias concretas no conjunto amplo das contradições, que têm como pano de fundo as referências dos cinco séculos de sistema escravista criminoso, nos quais incluímos os quatro séculos do Brasil Colonial e os 100 anos do século XX do Brasil República de mentalidade escravocrata, ainda não resolvidas no país. A manutenção do quadro de desinformação da população brasileira no que se refere ao continente africano continua sendo um entrave estrutural para uma perspectiva real na democracia racial do país. Não se pode perder de vista que, entre os principais obstáculos criados pelo sistema para a inserção da população de matriz africana na sociedade brasileira, está a sua inferiorização no sistema escolar com danos imensuráveis para as sucessivas gerações, uma vez que se trata de uma ordem institucionalizada há mais de um século.
As duas edições anteriores do Webinar GEOAFRO ocorram em junho e julho de 2020. Na primeira, o tema O Brasil africano e a geopolítica do racismo estrutural do estado foi discutido pelo antropólogo e professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e da Universidade de São Paulo (USP) Kabenguele Munanga, e pelo economista e ex-presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP) Erivaldo Oliveira. Os palestrantes apresentaram o tema a uma plateia de cerca de 150 internautas – dentre eles geógrafos, historiadores, jornalistas, arquitetos, professores e estudantes de 18 estados – predominantemente do Distrito Federal, São Paulo e Pará. A íntegra da primeira edição está disponível no link
Na segunda edição, o assunto O Brasil africano e as bases de dados precárias no estado de mentalidade colonial foi abordado por Roberto Olinto Ramos, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e por Juvenal Araújo, ex-titular da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). O seminário teve 90 inscritos, de 18 estados e do DF, oriundos, predominantemente, do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. A íntegra da segunda edição está disponível no link
Sobre o mediador – Professor Titular da Universidade de Brasília (UnB) e Diretor do Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica (CIGA), Rafael Sanzio Araújo dos Anjos é Coordenador dos Projetos Geografia Afrobrasileira: Educação & Planejamento do Território (Projeto GEOAFRO) e Instrumentação Geográfica, Educação Espacial e Dinâmica Territorial. Graduado em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (1982), Sanzio tem especialização na Universidade Estadual Paulista (Rio Claro, 1985), Mestrado em Planejamento Urbano pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB (1990), Doutorado em Informações Espaciais no Departamento de Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo (USP) (1995) e Pós-Doutoramento em Cartografia Étnica no Museu Real da África Central em Tervuren (Bélgica, 2007-2008). Entre 2010 e 2011 foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia (Mestrado e Doutorado) e do Centro de Documentação Geográfica Milton Santos (CDGMS) da UnB, entre 2013 e 2014, foi representante titular do Instituto de Ciências Humanas junto ao Conselho da UnB e em 2017-2018 coordenou o projeto do mapeamento dos terreiros do DF. Tem diversos livros e artigos publicados sobre a geografia e a cartografia da diáspora africana e a afrobrasileira.
Sobre as Palestrantes
Vanda Machado é mestre e doutora pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora colaboradora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), criou o Projeto Político Pedagógico Irê Ayó, na Escola Eugenia Anna dos Santos no Ile Axé OpoAfonjå, em Salvador (BA), onde é Iya Egbé (mãe da Comunidade). O projeto levou à escola o reconhecimento, pelo Ministério da Educação, como referência nacional. Com trajetória acadêmica dedicada à Educação Etnicorracial, currículo e cultura, Vanda Machado vem realizando consultorias, palestras, conferências e apresentando trabalhos em vários Estados no Brasil, assim como em Bruxelas, Nigéria, Cuba, Portugal e Buenos Aires. Coordenou o Projeto Irê Ayó também em comunidades quilombolas, na parceria da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA), a Secretaria de Educação do Estado (SEC) e da Fundação Palmares. Criou e coordenou o Projeto Capoeira Educação para a Paz, de formação para capoeiristas educadores (Lei 10.639/03) no Forte de Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador. Membro da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (RENAFRO), participou como roteirista do vídeo O Cuidar nos Terreiros e Saúde. Tem livros, textos e artigos publicados em revistas especializadas.
Maria Auxiliadora Lopes é graduada em Pedagogia pela Universidade Católica de Minas Gerais. Servidora aposentada do Ministério da Educação, onde trabalhou de 1987 a 2019, exerceu os cargos de Diretora do Departamento de Desenvolvimento dos Sistemas de Ensino, da Secretaria de Educação Fundamental e de Coordenadora da Coordenação Geral de Diversidade e Inclusão Educacional do Departamento de Educação para Diversidade e Cidadania da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECADI). De 2015 a 2016 foi consultora da UNESCO, onde elaborou documento técnico contendo estudos analíticos sobre o atendimento dos alunos do ensino fundamental das comunidades remanescentes de quilombos, a fim de verificar o cumprimento do Art.9° da Resolução CNE/CP 08/2012. Participou da comissão criada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) para a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Quilombola em 2011 e da comissão criada pelo Conselho Nacional de Educação para subsidiar a Base Nacional Comum Curricular, (BNCC) em relação à Educação Escolar Quilombola (2017).
Webinar GEOAFRO III – O Brasil africano e a educação básica hostilizada e periférica no estado racista
Data: 2 de setembro de 2020
Horário: 10h
Local: Plataforma Google Meet
Inscrições gratuitas:
Os dois contemplados no sorteio do Webinar GEOAFRO III são professores de Salvador (BA): Elias Ramos da Silva e Regina Célia Rocha. Elias comemorou ter sido contemplado com o Atlas e disse estar “muito feliz por estar participando [do seminário]. A discussão foi muito rica!”. Já Regina, ao agradecer pelo prêmio, fez um convite: para que os participantes, ao visitarem Salvador, conhecer a primeira instituição civil negra do Brasil, a Sociedade Protetora dos Desvalidos, fundada em 1832, e da qual Regina é vice-presidente.
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* Seminário on-line acontece no dia 22 de julho de 2020, às 10h, e será transmitido pela plataforma Google Meet. O link para assistir o evento será enviado por email.
* Rafael Sanzio dos Anjos, gestor do Projeto GEOAFRO, desenvolvido na Universidade de Brasília, será o mediador do evento
* Roberto Olinto Ramos e Juvenal Araújo são os palestrantes confirmados
Quem está representado e quem não é visto no território brasileiro? Quem é visível e não visível para o Estado ineficiente? Onde estão os dados dos espaços segregados? A Geografia e a Estatística Oficial do país, ao não tratarem devidamente destes pontos, configuram uma forma explícita de discriminação no racismo estrutural de quinhentos anos. Este, sem dúvida, é um dos principais desafios geográficos do século XXI. Para discutir esses e outros assuntos dessa relevância e magnitude, o Professor Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, gestor do Projeto GEOAFRO, desenvolvido na UnB, receberá Roberto Olinto Ramos e Juvenal Araújo para o Webinar GEOAFRO – O Brasil africano e as bases de dados precárias do Estado de mentalidade colonial
O seminário será transmitido pelo aplicativo de vídeo Google Meet, no dia 22 de julho, às 10h. O evento é uma realização do Projeto GEOAFRO, com o apoio do Centro de Cartografia Aplicada – GEA – UnB, do Instituto Geodireito, da UnBTV e do Instituto Baobás.
Aos participantes, as vagas serão gratuitas e limitadas a 250. As inscrições estão abertas até 21 de julho, pelo link https://bit.ly/3gY5szx. O código de acesso ao webinar será enviado para o e-mail cadastrado no ato da inscrição. Para participar, é preciso baixar o aplicativo no celular ou tablet. Já para entrar na reunião pelo computador, não é necessário baixar o aplicativo, bastando acessar o código.
Sobre o webinar GEOAFRO – O território visto como uma instância concreta das acumulações desiguais dos distintos tempos é o principal revelador dos espaços visíveis oficialmente – os aceitos e formalizados pelo sistema dominante – e, os invisíveis, que correspondem aos territórios usados que não devem ser mostrados na cartografia e na paisagem geográfica oficial, associados a expressões territorializadas pejorativas, como favelas, o povo da periferia, os pobres, os mocambos, os quilombos, dentre outras.
No bojo destes dois “Brasis” (formal/informal ou incluído/excluído) estão as populações e os territórios de matriz africana, secularmente à margem dos projetos do país, com tratamento residual e políticas de invisibilidade, nos quais a inexistência é uma das estratégias mais fundamentadas.
Estas são instâncias concretas no conjunto amplo das contradições, que têm como pano de fundo as referências dos cinco séculos de sistema escravista criminoso – os quatro séculos do Brasil Colonial e os 100 anos do século XX do Brasil República de mentalidade escravocrata –, ainda não resolvidas no país.
A precariedade nas estatísticas oficiais é um dos contextos estruturais que colaboram neste processo de negação da realidade. Neste sentido, as perguntas conflitantes não querem calar: verdadeiramente, quem está representado e quem não é visto no território brasileiro? Quem é visível e não visível para o Estado ineficiente? Onde estão os dados dos espaços segregados? A Geografia e a Estatística Oficial do país ao não tratarem devidamente estes pontos, configuram uma forma explícita de discriminação no racismo estrutural de cinco séculos. Este, sem dúvida, é um dos principais desafios geográficos do século XXI.
A primeira edição do Webinar GEOAFRO ocorreu em junho de 2020 e abordou o tema O Brasil africano e a geopolítica do racismo estrutural do estado. Contou com a presença do antropólogo e professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e da Universidade de São Paulo (USP) Kabenguele Munanga, e do economista e ex-presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP) Erivaldo Oliveira. Os palestrantes apresentaram o tema a uma plateia de cerca de 150 internautas – dentre eles geógrafos, historiadores, jornalistas, arquitetos, professores e estudantes de 18 estados – predominantemente do Distrito Federal, São Paulo e Pará. A íntegra do primeiro Webinar GEOAFRO está disponível no link
Sobre o mediador – Professor Titular da Universidade de Brasília (UnB) e Diretor do Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica (CIGA), Rafael Sanzio Araújo dos Anjos é Coordenador dos Projetos Geografia Afrobrasileira: Educação & Planejamento do Território (Projeto GEOAFRO) e Instrumentação Geográfica, Educação Espacial e Dinâmica Territorial. Graduado em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (1982), Sanzio tem especialização na Universidade Estadual Paulista (Rio Claro, 1985), Mestrado em Planejamento Urbano pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB (1990), Doutorado em Informações Espaciais no Departamento de Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo (USP) (1995) e Pós-Doutoramento em Cartografia Étnica no Museu Real da África Central em Tervuren (Bélgica, 2007-2008). Entre 2010 e 2011 foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia (Mestrado e Doutorado) e do Centro de Documentação Geográfica Milton Santos (CDGMS) da UnB, entre 2013 e 2014, foi representante titular do Instituto de Ciências Humanas junto ao Conselho da UnB e em 2017-2018 coordenou o projeto do mapeamento dos terreiros do DF. Tem diversos livros e artigos publicados sobre a geografia e a cartografia da diáspora africana e a afro-brasileira.
Sobre os Palestrantes
Roberto Olinto Ramos foi presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017 a 2019. É doutor em Engenharia de Produção na COPPE/UFRJ. Engenheiro de sistemas com formação na PUC/RJ, tem mestrado na mesma área. Ingressou no IBGE em 1980, e representando o Instituto na Comissão Permanente de Contas Nacionais do Mercosul, foi consultor em Contas Nacionais do Departamento de Estatísticas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Integra o grupo de especialistas em Contas Nacionais das Nações Unidas, representa os países do Mercosul e Chile no Grupo de Peritos Interagências sobre Indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e é membro do Conselho Diretor do Programa de Comparação Internacional (PCI).
Juvenal Araújo foi titular da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) (2016-2018), hoje vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Foi também Secretário Nacional de Políticas de Ações Afirmativas, Secretário Nacional de Políticas para Comunidades Tradicionais, e Assessor Especial ligado ao antigo Ministério da Justiça e Cidadania. Natural de Governador Valadares (MG), é graduado em administração e gestão pública. Como sindicalista, foi Superintendente Administrativo do Sindicato dos Agentes de Saúde no Estado de Minas Gerais, diretor da Federação Estadual dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde e de Formação e Educação Sindical da Força Sindical, ambos do estado mineiro.
Webinar GEOAFRO – O Brasil africano e as bases de dados precárias do Estado de mentalidade colonial
Data: 22 de julho de 2020
Horário: 10h
Local: Plataforma Google Meet
Inscrições gratuitas:
CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR A WEBINAR 3
* Seminário online acontece no dia 24 de junho de 2020, às 10h, e será exibido pela Plataforma Google Meet. O código de acesso ao Webinar será enviado por e-mail.
* Rafael Sanzio dos Anjos, gestor do Projeto GEOAFRO, desenvolvido na UnB, será o mediador do evento
* Kabenguelê Munanga e Erivaldo Souza são os palestrantes confirmados
Quem é visível e não visível para o Estado ineficiente? Quem existe e não existe de fato no espaço segregado? A Geografia Oficial do país, ao não tratar devidamente a Geografia Afrobrasileira, configura uma forma explícita de discriminação no racismo estrutural de cinco séculos – sem dúvida, um dos principais desafios geográficos do século XXI. Para discutir estes e outros assuntos dessa relevância e magnitude, o Professor Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, gestor do Projeto GEOAFRO desenvolvido na UnB, receberá, para o Webinar GEOAFRO – O Brasil africano e a geopolítica do racismo estrutural do estado, Kabenguele Munanga e Erivaldo Oliveira da Silva. A webinar GEOAFRO ocorrerá pelo aplicativo de vídeo Google Meet, no dia 24 de junho, às 10h. O evento é uma realização do Projeto GEOAFRO com o apoio do Centro de Cartografia Aplicada – GEA – UnB, do Instituto Geodireito, da UnBTV e do Instituto Baobás.
Aos participantes, as vagas serão gratuitas e limitadas a 250 (duzentos e cinquenta). É preciso se inscrever, até o dia 22 de junho, pelo link: www.bit.ly/3e68TmB e baixar o aplicativo no celular ou tablet. O código de acesso ao webinar será enviado por e-mail. Para entrar na reunião pelo computador, não é necessário baixar o aplicativo, bastando acessar o código.
Sobre o webinar GEOAFRO – O território visto como uma instância concreta das acumulações desiguais dos distintos tempos é o principal revelador dos espaços visíveis oficialmente – os aceitos e formalizados pelo sistema dominante – e, os invisíveis, que correspondem aos territórios usados que não devem ser mostrados na cartografia e na paisagem geográfica oficial, associados a expressões territorializadas pejorativas, como favelas, o povo da periferia, os pobres, os mocambos, os quilombos, dentre outras.
No bojo destes dois “Brasis” (formal/informal ou incluído/excluído) estão as populações e os territórios de matriz africana, secularmente à margem dos projetos do país, com tratamento residual e políticas de invisibilidade, nos quais a inexistência é uma das estratégias mais fundamentadas.
Estas são instâncias concretas no conjunto amplo das contradições, que têm como pano de fundo as referências dos cinco séculos de sistema escravista criminoso – os quatro séculos do Brasil Colonial e os 100 anos do século XX do Brasil República de mentalidade escravocrata –, ainda não resolvidas no país. A Geografia Afrobrasileira possibilita ver o que muitos não querem enxergar, mesmo usando artifícios como a negação da realidade.
Neste sentido, as perguntas geográficas conflitantes não querem calar: Verdadeiramente, quem é visto e não é visto no território brasileiro? Quem é visível e não visível para o Estado ineficiente? Quem existe e não existe de fato no espaço segregado? A Geografia Oficial do país ao não tratar devidamente a Geografia Afrobrasileira, se configura uma forma explicita de discriminação no racismo estrutural de cinco séculos. Este sem dúvida, é um dos principais desafios geográficos do século XXI para o país mais africano do mundo fora da África.
Sobre o mediador – Professor Titular da Universidade de Brasília (UnB) e Diretor do Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica (CIGA), Prof. Dr. Rafael Sanzio Araújo dos Anjos é Coordenador dos Projetos Geografia Afrobrasileira: Educação & Planejamento do Território (Projeto GEOAFRO) e Instrumentação Geográfica, Educação Espacial e Dinâmica Territorial. Graduado em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (1982), Sanzio tem especialização na Universidade Estadual Paulista (Rio Claro, 1985), Mestrado em Planejamento Urbano pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB (1990), Doutorado em Informações Espaciais no Departamento de Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo (USP) (1995) e Pós-Doutoramento em Cartografia Étnica no Museu Real da África Central em Tervuren (Bélgica, 2007-2008). Entre 2010 e 2011 foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia (Mestrado e Doutorado) e do Centro de Documentação Geográfica Milton Santos (CDGMS) da UnB, entre 2013 e 2014, foi representante titular do Instituto de Ciências Humanas junto ao Conselho da UnB e em 2017-2018 coordenou o projeto do mapeamento dos terreiros do DF. Tem diversos livros e artigos publicados sobre a geografia e a cartografia da diáspora africana e a afrobrasileira.
Sobre os Palestrantes
Prof. Dr. Kabenguele Munanga – Brasileiro naturalizado, Kabengele Munanga nasceu na República Democrática do Congo, onde se graduou em Antropologia Social e Cultural pela Universidade Oficial do Congo (1964-1969). Atualmente, é professor visitante sênior da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Foi professor efetivo na Universidade de São Paulo (USP) de 1980 a 2012, de onde se aposentou como Professor Titular, atuando principalmente nas áreas de Antropologia da África e da População Afrobrasileira, com enfoque nos temas racismo, políticas e discursos antirracistas, negritude, identidade negra versus identidade nacional, multiculturalismo e educação das relações étnico-raciais. Iniciou sua carreira acadêmica como professor assistente na Universidade Oficial do Congo. Em 1969 iniciou seus estudos de Pós-Graduação na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, quando foi pesquisador no Museu Real da África Central em Tervuren (Bruxelas). Lá, especializou-se em estudo das artes africanas tradicionais. Entre 1975 a 1977 concluiu seu doutorado em Ciências Humanas na USP (Antropologia Social). Autor de vários livros e artigos nas suas áreas de atuação.
Prof. Erivaldo Oliveira da Silva – Foi Presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP) no período de 2016-2019, concluindo dentre outros projetos o Mapeamento dos Terreiros Religiosos de Matriz Africana do Distrito Federal do Brasil (Projeto GEOAFRO-CIGA-UnB Finatec MINc) e a Patrimonialização da Serra da Barriga (Memorial Zumbi dos Palmares) junto ao Mercosul. Natural de Santo Amaro da Purificação (BA), é economista e administrador, é mestre em economia do Setor Público. Tem MBA Executivo em Finanças e é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Foi Presidente da Fundação Ulysses Guimarães Bahia, além de Diretor da Fundação ADM (SalvadorBahia), da Agência Única, e da Gestão Modelo. Na imprensa, atuou como articulista em diversos jornais da Bahia.